A
escolarização da Pessoa com surdez
A
dicotomia entre gestualistas e oralistas esta presente há séculos na discussão
sobe a educação da Pessoa com Surdez, no entanto a diferença linguística não
pode ser a única e principal responsável pelo fracasso escolar da PS.
O problema da educação
das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela
língua, como ficou até agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do
fracasso escolar não está só nessa questão, mas também na qualidade e na
eficiência das práticas pedagógicas. É preciso construir um campo de
comunicação e interação amplo, possibilitando que as línguas tenham o seu lugar
de destaque, mas que não sejam o centro de tudo o que acontece nesse processo.
(Damasio e Ferreira, 2010, p. 48)
Desta
forma é preciso compreender que a educação da PS deve ser pensada para
além da diferença na comunicação, a atenção deve estar centrada no potencial
que cada individuo tem e as praticas pedagógicas devem estar centradas no que
pode ser estimulado e desenvolvido.
O Bilinguismo
Sobre a perspectiva do
reconhecimento das potencialidades da PS e a construção de uma escola inclusiva
é
que a proposta educacional do bilinguismo para a
educação da PS chega ao Brasil, nesta a língua natural dos surdos é
respeitada
e em conjunto com a Língua Portuguesa é valorizada como língua de instrução.
Diante do exposto, legitimamos a abordagem
bilingüe e aplicamos a obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626
de 5 de dezembro de 2005, que determina o direito de uma educação que garanta a
formação da pessoa com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua
Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de
instrução, e que o acesso às duas línguas
ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento
de todo o processo educativo. (Damasio e
Ferreira, 2010, p. 50)
Para por
em pratica essa proposta são criados os Atendimentos Educacionais especializado
s, visando complementar o ensino comum com o objetivo de transformar as escolas
excludentes em inclusivas. Tendo como principal foco o reconhecimento do
potencial de cada individuo.
O Atendimento Educacional Especializado
para a Pessoa com surdez
O AEE para PS se divide em três momentos: AEE
em Libras, AEE de Libras e AEE em Língua portuguesa. O AEE em Libras tem como
principal objetivo explicar os conteúdos curriculares da escola comum em
LIBRAS. Para isso o professor deve utilizar muitas imagens e outros recursos
visuais que favoreçam o aprendizado dos conteúdos curriculares da sala comum.
No AEE de Libras se trabalha o ensino da LIBRAS, principalmente os termos
científicos que são utilizados nos conteúdos da sala comum. E no AEE de Língua
Portuguesa são trabalhados as especificidades desta língua, a estrutura
gramatical e textual para que a PS possa principalmente escrever utilizando
sequencia linguística bem formadas. É importante lembrar que todos os AEEs
devem realizar o planejamento em conjunto entre sim e também com o professor de
sala de aula comum. “Dessa forma, o AEE
PS precisa ser pensado em redes interligadas, sem hierarquização de conteúdos,
sem dicotomizações, reducionismos; mas com uma ação conectada entre o pensar e
o fazer pedagógico.” (Damasio
e Ferreira, 2010, p. 52).
Portanto o AEE PS vem para garantir que o
aluno com surdez compreenda os conhecimentos da sala de aula comum e se
aproprie dos conteúdos científicos inerentes a esta, participando de um
processo educacional verdadeiramente inclusivo.
Referencias:
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar
de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção.
Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.