domingo, 9 de março de 2014

A escolarização da Pessoa com surdez

A escolarização da Pessoa com surdez

A dicotomia entre gestualistas e oralistas esta presente há séculos na discussão sobe a educação da Pessoa com Surdez, no entanto a diferença linguística não pode ser a única e principal responsável pelo fracasso escolar da PS.
O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas. É preciso construir um campo de comunicação e interação amplo, possibilitando que as línguas tenham o seu lugar de destaque, mas que não sejam o centro de tudo o que acontece nesse processo. (Damasio e Ferreira, 2010, p. 48)
Desta forma é preciso compreender que a educação da PS deve ser pensada para além da diferença na comunicação, a atenção deve estar centrada no potencial que cada individuo tem e as praticas pedagógicas devem estar centradas no que pode ser estimulado e desenvolvido.

O Bilinguismo

Sobre a perspectiva do reconhecimento das potencialidades da PS e a construção de uma escola inclusiva é que a proposta educacional do bilinguismo para a educação da PS chega ao Brasil, nesta a língua natural dos surdos é respeitada e em conjunto com a Língua Portuguesa é valorizada como língua de instrução.
Diante do exposto, legitimamos a abordagem bilingüe e aplicamos a obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, que determina o direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas  ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo.  (Damasio e Ferreira, 2010, p. 50)

Para por em pratica essa proposta são criados os Atendimentos Educacionais especializado s, visando complementar o ensino comum com o objetivo de transformar as escolas excludentes em inclusivas. Tendo como principal foco o reconhecimento do potencial de cada individuo.

O Atendimento Educacional Especializado para a Pessoa com surdez

O AEE para PS se divide em três momentos: AEE em Libras, AEE de Libras e AEE em Língua portuguesa. O AEE em Libras tem como principal objetivo explicar os conteúdos curriculares da escola comum em LIBRAS. Para isso o professor deve utilizar muitas imagens e outros recursos visuais que favoreçam o aprendizado dos conteúdos curriculares da sala comum. No AEE de Libras se trabalha o ensino da LIBRAS, principalmente os termos científicos que são utilizados nos conteúdos da sala comum. E no AEE de Língua Portuguesa são trabalhados as especificidades desta língua, a estrutura gramatical e textual para que a PS possa principalmente escrever utilizando sequencia linguística bem formadas. É importante lembrar que todos os AEEs devem realizar o planejamento em conjunto entre sim e também com o professor de sala de aula comum.  “Dessa forma, o AEE PS precisa ser pensado em redes interligadas, sem hierarquização de conteúdos, sem dicotomizações, reducionismos; mas com uma ação conectada entre o pensar e o fazer pedagógico.” (Damasio e Ferreira, 2010, p. 52).
Portanto o AEE PS vem para garantir que o aluno com surdez compreenda os conhecimentos da sala de aula comum e se aproprie dos conteúdos científicos inerentes a esta, participando de um processo educacional verdadeiramente inclusivo.

Referencias:
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.